estou seguindo
a minha vida, meu amor.
sem tu.
e devo dizer
que dói.
que cada poro
meu
grita cada sílaba
do teu nome.
que meu corpo
faz poesia
sozinho
com as lembranças
de quando
a solidão
era coisa distante de mim.
não preciso do teu toque
basta um pensamento
para que
minha pele
arrepie
e eu suspire
num lamento
triste
da falta
que tu faz
aqui dentro.
mas eu
eu tô tentando, sabe?
seguir a vida sem você
sem teu violão
e aquela conta de erê
amarrada na tua mochila
pra trazer proteção
sem teu riso alto
teu jeito simpático
e fácil de fazer amizade
por todo lado
das piadas sem sentido algum
da barba que tanto alisei
dos cabelos cacheados
que tanto dei cheiro
e que sem perfume algum
eu disse
que era meu perfume
preferido
lá naquele dia
que me colei em tu
e prometi a Oyá
que nunca mais descolaria
e com um raio
numa tempestade gelada
de julho
ela nos abençoo.
eu sei.
tô com saudade de tu
e de conhecer mil novas
músicas
a cada encontro
novo
contigo
e agora
estar acompanhada de outros
corpos
em locais aleatórios
e ouvi-las
tocando baixinho
em algum outro canto por perto.
deixasse rastros teus
por todos os lados meus.
meu amor.
todas as vezes que falo
teu
eu quero dizer
que é algo meu.
porque eu acreditava
que tu era
sim
todinho meu
ainda
que fosse
completamente do mundo inteiro.